Urgente mudança de paradigmas sobre estacionamentos em Brasília
Urgente
mudança de paradigmas sobre estacionamentos em Brasília
Por
Marcelo Sicoli *
O trânsito nos grandes centros
urbanos brasileiros piora anualmente. Na mesma proporção, a crescente falta de
estacionamentos públicos e privados pagos. Brasília vai na mesma direção, são
quase 600 novos veículos emplacados por dia. A cidade sofre com problemas no
transporte público em razão de mau planejamento, falta de investimento e
constantes greves. Por ser sede do Governo Federal, outro fator recente de
impacto no trânsito baseia-se nas frequentes manifestações que fecham avenidas
centrais da cidade ou rodovias em bairros periféricos. Manifestações ordeiras e
moderadas fazem parte de uma democracia, mas discordo totalmente de
interrupções integrais do Eixo Monumental por qualquer categoria profissional
ou movimento social em qualquer horário como as que, de forma desagradável, já
presenciei.
Devo registrar que sou um grande
entusiasta do uso da bicicleta. Com frequência, me desloco do prédio onde moro
para o prédio onde trabalho (sou síndico de ambos). Pela curta distância, faço
o trajeto utilizando roupas sociais e sapato. Incentivo sempre outras pessoas a
fazerem o mesmo e a percorrerem curtos trajetos a pé, em que, muitas vezes pela
força do hábito, usamos o carro.
A mentalidade dos brasilienses
está mudando aos poucos. No entanto, ao mesmo tempo que se fazem ciclovias,
bicicletários e campanhas educativas, é urgente a mudança de paradigma na
utilização de gramados ou áreas abandonadas cobertas basicamente por barro.
Esses espaços devem ser convertidos em organizados espaços de estacionamento.
Arquitetos e urbanistas conservadores podem ser críticos ferrenhos dessa ideia.
Especialmente nas regiões do
Setor Sudoeste, SIG, Cruzeiro e Octogonal, que percorro com mais frequência,
vejo que áreas de estacionamento podem ser criadas preservando vastos trechos
de área verde e árvores e em harmonia com pedestres e ciclistas. Ao leitor, em
visita ao Sudoeste ou SIG, sugiro notar a quantidade de novos prédios
comerciais. Onde está o estacionamento para os clientes dessas empresas? Não
há. Dificilmente os estacionamentos privativos e subterrâneos darão conta da
demanda por vagas. E os funcionários das empresas que possuem carros? Na
maioria dos empreendimentos, há apenas uma vaga por sala. Carros irão
inevitavelmente subir nas calçadas e parar em locais irregulares, e em alguns
casos receber desagradáveis multas. No
Centro Clínico Sudoeste, diariamente presencio este problema.
Preservação urbanística a parte,
vejo que os órgãos do Governo do Distrito Federal que fazem a análise sobre
áreas de estacionamento devem ser mais rápidos e flexíveis. Além disso, percebo
que os órgãos responsáveis por sua execução estão constantemente trabalhando
para este objetivo, gerando importantes empregos diretos e indiretos. O Governo
deve ter em mente o desenvolvimento econômico das novas e atuais empresas da
cidade. Comodidade para os trabalhadores da iniciativa privada e seus milhares
de clientes, que são os responsáveis pelo pagamento dos expressivos impostos
pagos no País. Brasília tem uma importante e crescente economia privada que
deve receber mais atenção e prestígio.
Marcelo Sicoli – é
consultor internacional, corretor de imóveis e síndico do Centro Clínico
Sudoeste sindicoccs@outlook.com
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Sudoeste, Distrito Federal
Otimo trabalho
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